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Escrevendo Diálogos: Dicas dos Especialistas


escrevendo dialogos

Escrevendo Diálogos: Um Exercício de Histeria e Comédia e suspense e sei lá o quê,

mas importante pra caramba pro seu livro!


Escrever diálogos é uma das coisas mais assustadoras que você pode fazer sem envolver um terapeuta, uma garrafa de uísque ou uma crise existencial às três da manhã. Veja bem, diálogos, se você pensar bem (e se você não pensar bem também), são como um jantar de família – cheios de tensão não resolvida, sobre o que não foi dito, e você fica preso na mesa, tentando navegar pela tortura emocional disfarçada de conversa casual.

Mas, honestamente, não se preocupe, a coisa pode ficar ainda mais confusa. O objetivo aqui é tentar não parecer que você está forçando seus personagens a falar como se estivessem presos em um daqueles monólogos dramáticos que os atores adoram – você sabe, aqueles momentos que só servem para mostrar que o cara leu Shakespeare no ensino médio. Seu diálogo precisa parecer, em uma palavra, real. Mas como? O que é real, afinal caramba? Não me faça começar a filosofar sobre isso agora, ou nunca sairemos daqui beleza?


Diálogos: Quando a Neurose se Encontra com a Caneta


     Antes de qualquer coisa, deixe-me tranquilizá-lo – ou não, já que provavelmente você, assim como eu, acha que tranquilidade é apenas o intervalo entre duas neuroses. Mas escrever diálogos é uma arte, ou melhor, é um estado constante de dúvida, onde você nunca sabe se está exagerando ou se aquilo soa tão natural quanto uma conversa no consultório do psicanalista. E é aí que a magia acontece gente!


Vamos ser sinceros, o diálogo é onde o escritor coloca seus demônios internos para brigar em público. Você vai observar seus personagens trocando farpas, suas inseguranças se transformando em falas afiadas, enquanto você, o pobre escritor, está sentado na primeira fila desse teatro de ansiedades disfarçadas de genialidade.

Então, qual é a chave para isso tudo?

Simples: fingir que você tem controle sobre alguma coisa na vida.


Lições (Possivelmente Inúteis... mentira pode confiar)

para Escrever Diálogos Que Soam Naturais


Primeiro, os diálogos têm que parecer verdadeiros, mas vamos concordar que ninguém, e eu digo ninguém, fala de maneira verdadeiramente interessante na vida real. As pessoas fazem comentários sem sentido sobre o tempo, se perdem no meio das frases e terminam falando de algo completamente diferente do que começaram. No entanto, como escritor, você está na ingrata posição de tornar essa bagunça atraente. Então, vamos às dicas que podem ou não ajudar, dependendo do seu nível de sanidade:


  • Observe o caos da vida real: Olhe ao seu redor – eu sei que é assustador, mas faça isso de qualquer maneira. Pessoas são fontes infinitas de diálogos terríveis, e terrivelmente fascinantes. Em um café, observe como um casal briga sobre algo insignificante, como se o futuro da humanidade dependesse de quem esqueceu de comprar o leite. Pois é gente a vida é cheia de pausas, interrupções, reviravoltas verbais e silêncios desconfortáveis. Use isso, mas faça parecer divertido. Ou doloroso. Ou ambos.


  • Cuidado com o monólogo interior disfarçado de diálogo: Sabe aquele personagem que parece sempre ter a resposta perfeita? Ele não existe. Ninguém tem as respostas, nem na vida real, muito menos em uma história onde as entrelinhas devem funcionar para dúvida e não para a certeza. Então, pare de tentar fazer com que seus personagens pareçam gênios com cada fala. Ao invés disso, deixe-os tropeçar, falhar miseravelmente em comunicar o que realmente sentem. Isso vai aproximá-los mais da humanidade – o que é a desculpa que usamos para justificar nossos próprios fracassos.


  • A arte do não-dito: O que realmente importa nos diálogos não é o que está sendo dito, mas o que está sendo evitado. A tensão entre o que os personagens falam e o que eles estão realmente pensando é o que mantém a conversa interessante. Pense nas suas últimas interações sociais – quantas vezes você quis dizer algo, mas escolheu outra coisa para evitar um desastre? Exatamente.


  • Economize palavras: Você já tentou se comunicar com alguém que nunca consegue chegar ao ponto? Pois é, cansativo. Seus leitores vão agradecer se você cortar as gorduras do diálogo. Mantenha as falas curtas, diretas e com propósito. Se for para falar besteira, que seja uma besteira genial.


  • Os silêncios falam mais alto: Como já mencionei antes, o silêncio pode ser a parte mais estrondosa de uma conversa. A pausa. O espaço vazio. O silêncio entre uma palavra e outra, entre o que deveria ser dito e o que realmente é. Às vezes, nada é mais eloquente do que o silêncio.


  • Cada personagem, uma voz: Em Noivo Neurótico, Noiva Nervosa, Annie Hall fala de maneira completamente diferente de Alvy Singer (alter ego de Woody Allen, claro). Isso porque cada personagem tem que ter uma voz única. Se todos os seus personagens soam como você, parabéns, você criou uma horda de clones. Experimente dar a cada um deles uma maneira única de falar – pode ser pelo ritmo, pelas gírias ou pela maneira como evitam certas palavras.

 


Você Está Chegando Lá, Mas Nunca Vai Ser Perfeito (E Tudo Bem)


Se você chegou até aqui, parabéns. Talvez tenha aprendido algo, ou pelo menos, espero que tenha rido um pouco (a vida, afinal, é uma comédia trágica ou uma tragédia cômica). Mas antes de terminar, gostaria de lembrar que você nunca vai escrever o diálogo perfeito. Sempre vai haver uma linha que você vai revisar quarenta vezes, tentando encontrar o tom certo. E isso está perfeitamente bem. A vida, como os diálogos, é um trabalho em andamento. Nunca se resolve completamente, e é isso que a torna interessante. Então, aceite a confusão, abrace a dúvida e continue escrevendo.

Se algum dia descobrir como fazer isso perfeitamente, me avise – vou estar em algum lugar tentando descobrir por que alguém resolveu me convidar para outro jantar em família.


Leituras Recomendas (Ou Não, Faça o Que Quiser):

  • A arte da Escrita – Stephen King (Um mestre, embora eu desconfie que ele possa ser um pouco otimista demais).

  • Dialogos– Robert McKee (Sim, ele é técnico, mas vale a pena, eu acho).

  • Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas – Dale Carnegie (Ok, este não tem nada a ver com diálogos, mas quem sabe, pode te ajudar a falar melhor na próxima reunião de escritores).



Qual será o destino do seu livro? Saiba Mais


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Parabéns pelo blog! Você está fazendo um trabalho incrível e tenho certeza de que, com essa dedicação, vai conseguir realizar todos os seus objetivos. Desejo muito sucesso nessa jornada e que suas metas se tornem realidade. Fabiola - Livraria Ubaldo(https://www.ubaldo.com.br)

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