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20 Escritores que começam suas Histórias pelo Fim (técnicas de escrita)

Atualizado: 19 de ago.


técnicas de escrita
20 escritores e técnicas de escrita


    É claro que não se pode determinar a escolha de pensar e muitas vezes escrever detalhadamente o final de uma história antes mesmo de escrever a primeira linha do primeiro capítulo como uma escolha absolutamente infalível. Contudo essa escolha pode sim determinar o destino de uma história de maneira promissora. Quem sabe muitas boas ideias se perderam no espinhoso caminho narrativo e se perderam por não terem antes a bússola de um final já definido.

      Bem, estratégia literária infalível ou não, o certo é que muita gente graúda optou por escrever seus livros começando pelo final, ou elaborando toda ideia e o final em si, claro, evidente, resplandecente na mente como o feitiço Lumos nas varinhas de Harry Potter, e falando dele... digo melhor, dela... Ah, acreditem ela sabia de tudo antes de saber tudo... Sim, Rowling planejou o final da série Harry Potter mesmo antes de terminar o primeiro livro. Ela tinha uma visão clara de como a saga deveria terminar, o que a permitiu plantar pistas ao longo dos sete livros, assim conduzindo a um clímax cuidadosamente arquitetado.

     Mas se você pensa que só escritores de livros com grandes enredos e fantasias e tramas fazem isso, você se engana, escritores de linguagem, ou chamados da “alta literatura” fazem isso também. Como é o caso do colombiano maravilhoso, único vencedor do prêmio Nobel na América do Sul (dava tempo do Machado de Assis ganhar e merecia visto que o prêmio começou a ser galardoado em 1901 e ele só morreu em 1908...) deixando de lado o lado culturalista e enaltecedor do produto interno..., quem venceu isso aí e com méritos foi Gabriel Garcia Márquez que também escreveu algumas coisas sabendo do final, por exemplo:  García Márquez usa a técnica de começar pelo final de forma literal em Crônica de uma Morte Anunciada, onde o assassinato de Santiago Nasar é revelado logo nas primeiras páginas. O autor então desconstrói os eventos que levaram ao crime, esgravatando a inevitabilidade do destino.

 

           Talvez essa estratégia ajude o autor a saber exatamente onde quer chegar, ele pode brincar de Deus e manipular os personagens como marionetes, sem medo de se perder no meio do caminho. Contudo acredito que não se tenha um plano traçado totalmente e se descubra coisas no caminho, não se trata de saber exatamente todas as coisas e eventos que existem ao longo da narrativa, coisas são descobertas pelo autor assim como são descobertas pelo leitor, desse modo a história pode funcionar. Acredito que essa escolha de planejar um fim e ter sua natureza pronta e guardada secretamente seja mais importante no sentido de ter uma bússola e saber para onde vai mesmo que no caminho se descubra muitas coisas e se construa também o inesperado. Talvez as chances de se perder diminuam consideravelmente em comparação com um final solto e distante.

 

Abaixo 20 escritores que usam essa técnica de escrita ou usaram em alguns dos seus  livros, você provavelmente leu alguns deles.

 



Agatha Christie

1. Agatha Christie

Detalhes: Conhecida como a "Rainha do Crime", Christie frequentemente começava pelo final ao construir suas intrincadas tramas de mistério. Ela planejava os assassinatos e os culpados desde o início, permitindo que todo o enredo fosse habilmente tecido em torno da revelação final, o que mantinha os leitores em suspense até as últimas páginas.



J.K. Rowling

2. J.K. Rowling

  • Obra Principal: 

Detalhes: Rowling planejou o final da série Harry Potter antes mesmo de terminar o primeiro livro. Ela tinha uma visão clara de como a saga deveria terminar, o que lhe permitiu plantar pistas ao longo dos sete livros, conduzindo a um clímax cuidadosamente arquitetado.



 Gabriel García Márquez

3. Gabriel García Márquez

  • Obra Principal: 

Detalhes: García Márquez utiliza a técnica de começar pelo final de forma literal em Crônica de uma Morte Anunciada, onde o assassinato de Santiago Nasar é revelado nas primeiras páginas. O autor então desconstrói os eventos que levaram ao crime, explorando a inevitabilidade do destino.



Edgar Allan Poe

4. Edgar Allan Poe

  • Obra Principal: A Queda da Casa de Usher (1839)

  • Detalhes: Poe, com sua obsessão pelo efeito final, planejava meticulosamente o clímax de suas histórias antes de iniciar a escrita. Ele acreditava que a conclusão de uma história deveria causar um impacto emocional máximo, guiando toda a narrativa para esse momento.





Arthur Conan Doyle

5. Arthur Conan Doyle

  • Obra Principal: 

  • O Estudo em Vermelho (1887)

  • Detalhes: Criador de Sherlock Holmes, Conan Doyle frequentemente concebia o crime e o desfecho antes de escrever suas histórias. Isso permitia que ele construísse deduções e revelações de maneira lógica e surpreendente, mantendo o suspense até o fim.




John Irving

6. John Irving

  • Obra Principal: O Mundo Segundo Garp (1978)

  • Detalhes: Irving é conhecido por planejar o final de suas histórias primeiro, especialmente os desfechos trágicos ou emocionais. Ele acredita que conhecer o destino de seus personagens desde o início dá profundidade e direção à narrativa, como demonstrado em suas complexas histórias de vida.

 



Vladimir Nabokov

7. Vladimir Nabokov

  • Obra Principal: Lolita (1955)

  • Detalhes: Nabokov escreveu Lolita com o final já em mente, permitindo-lhe manipular o tempo e a percepção de maneira a construir uma narrativa envolvente e provocativa. Sua escrita meticulosa reflete a importância do controle total sobre o destino dos personagens.




Gillian Flynn

8. Gillian Flynn

  • Obra Principal: Garota Exemplar (2012)

  • Detalhes: Flynn é uma mestre dos finais chocantes, e ela trabalha para esses momentos desde o início. Em Garota Exemplar, o desfecho repleto de revira-voltas foi planejado para subverter as expectativas dos leitores, tornando o livro um fenômeno cultural.



George R.R. Martin

9. George R.R. Martin

  • Obra Principal: ]

  • A Guerra dos Tronos (1996)

  • Detalhes: Martin é conhecido por planejar grandes eventos e desfechos em sua saga As Crônicas de Gelo e Fogo desde o começo. Ele trabalha para esses momentos climáticos com antecipação, o que resulta em uma narrativa complexa e imprevisível.




Margaret Atwood

10. Margaret Atwood

  • Obra Principal: O Conto da Aia (1985)

  • Detalhes: Atwood, ao escrever O Conto da Aia, já sabia o destino de Offred. Com essa técnica de escrita, ela pôde desenvolver a narrativa de maneira que as camadas de significado e as tensões subjacentes levassem ao impactante final.




J.R.R. Tolkien

11. J.R.R. Tolkien

  • Obra Principal: 

  • Detalhes: Tolkien tinha um conhecimento claro do final épico de sua trilogia antes de começar a escrevê-la. Isso permitiu que ele entrelaçasse várias tramas e personagens com precisão, levando a um desfecho que ressonou profundamente com os leitores.




Philip K. Dick

12. Philip K. Dick

  • Obra Principal: O Homem do Castelo Alto (1962)

  • Detalhes: Dick frequentemente concebia o final de suas obras, especialmente em histórias que envolvem realidades alternativas ou distópicas. Em O Homem do Castelo Alto, ele utilizou essa técnica para explorar temas complexos de maneira coesa e perturbadora.




Graham Greene

13. Graham Greene

Obra Principal: O Fim da Aventura (1951)

  • Detalhes: Greene era um escritor que preferia ter um desfecho sólido em mente antes de começar a escrever, particularmente em suas obras de ficção mais sombrias. Ele acreditava que isso permitia uma narrativa mais focada e poderosa, com temas de moralidade e fé sendo explorados até a conclusão.

 


Stephen King

14. Stephen King

  • Obra Principal: A Torre Negra (1982-2004)

  • Detalhes: King ele também faz uso dessa técnica de escrita; é conhecido por planejar o final de suas histórias desde o início, especialmente em obras complexas como A Torre Negra. Ele acreditava que conhecer o destino de seus personagens ajudava a guiar a narrativa de maneira coesa e impactante.




David Mitchell

15. David Mitchell

  • Obra Principal: 

  • Atlas de nuvens (2004)

  • Detalhes: Mitchell utilizou uma abordagem não linear em Cloud Atlas, onde o final de uma história é essencial para o entendimento do todo. Ele planejou cuidadosamente cada narrativa interconectada, com o final sendo um ponto de convergência para todas as tramas.

 


Kurt Vonnegut

16. Kurt Vonnegut

  • Obra Principal: Matadouro-Cinco (1969)

  • Detalhes: Vonnegut escreveu Matadouro-Cinco com o final já em mente, explorando a inevitabilidade do tempo e do destino. Essa abordagem permitiu que ele construísse uma narrativa que, apesar de não linear, conduz o leitor a uma conclusão profunda e significativa.



Donna Tartt

17. Donna Tartt

  • Obra Principal: O Pintassilgo (2013)

  • Detalhes: Tartt é conhecida por seu processo meticuloso de escrita, onde planeja o desfecho de suas histórias antes de iniciar. Em O Pintassilgo, o final foi cuidadosamente orquestrado para unir as complexas tramas e temas explorados ao longo do romance.



Ian McEwan

18. Ian McEwan

  • Obra Principal: Reparação (2001)

  • Detalhes: McEwan é um escritor que acredita na importância do final e, muitas vezes, começa suas histórias com o clímax em mente. Em Reparação, o desfecho é uma reviravolta emocionalmente devastadora que redefine toda a narrativa, cuidadosamente construída desde o início.




Harlan Coben

19. Harlan Coben

  • Obra Principal:  Não Conte a Ninguém (2001)

  • Detalhes: Coben, famoso por seus thrillers, frequentemente trabalha a partir do final, planejando uma reviravolta ou revelação surpreendente e, então, estruturando a narrativa para levar os leitores a esse ponto. Seus finais inesperados são o que tornam suas histórias tão cativantes.

 


Patricia Highsmith

20. Patricia Highsmith

  • Obra Principal: 

  • O Talentoso Ripley (1955)

  • Detalhes: Highsmith planejava os finais perturbadores de seus romances de suspense psicológico antes de começar a escrevê-los. Em O Talentoso Ripley, o final é central para a compreensão do protagonista, e todo o romance é construído em direção a essa conclusão moralmente ambígua.



 

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